Império Esmeralda
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IMHO 1: Evitando Personagens Inadequados

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Mensagem  Bayushi Oliveira Dom Ago 19, 2012 8:25 pm

Este artigo trata de um tema de extrema importância para todos que jogam, ou pretendem jogar, Legend of the Five Rings: a criação de personagens. Embora seja um processo aparentemente simples, muitos jogadores caem em algumas armadilhas que geram personagens ineficientes ou inadequados. O foco deste artigo será os personagens inadequados, deixando os personagens ineficientes para um possível segundo post, embora otimização mecânica não seja meu ponto mais forte. Então, vamos às armadilhas que alguns jogadores criam no histórico de seus personagens, tornando as coisas um pouco complicadas para elas mesmas ou para o mestre.

Diferente não é melhor
O que eu vejo como o maior erro de muitos jogadores é tentar construir um personagem "único", diferente de qualquer outro personagem no cenário, e por vezes fugindo totalmente do que se espera de um Rokugani. Não que todos os clãs tenham que ser formados por milhares de cópias umas das outras, longe disso. Seu personagem tem que ter personalidade própria para que seja interessante, tanto pra você quanto para os outros jogadores.
Mas não é necessário ser um gaijin, um herdeiro perdido da dinastia Hantei ou um ronin treinado pelos Kenku para ser um personagem interessante. Também não é necessário ser um rebelde contra tudo o que seu clã e Rokugan representa. Um personagem que se adeque e siga os preceitos do cenário pode ser bem interessante caso seja interpretado direito.
A maior dificuldade talvez seja dar personalidade própria a um personagem em uma sociedade tão tradicional quanto Rokugan. E isso é a melhor parte. Todo samurai entra em conflito com o que se espera dele. Mas um personagem que quer jogar o bushido, a ordem celestial, e a pia da cozinha para o alto tira todo o impacto desse drama. Um personagem do Leão, que é, como a maior parte de seu clã, um guerreiro honrado, pode ser único por enfatizar mais que o restante do seu clã as virtudes de Compaixão e Cortesia, e isso é muito mais interessante do que um personagem que considera o bushido ultrapassado e deseja revolucionar o cenário.
Então, se você não está disposto a jogar com um samurai, procure um cenário diferente, vai ser muito mais satisfatório. E isto não tem a intenção de ser rude, eu mesmo fiz isso como mestre. Logo após terminar uma crônica de L5R eu comecei uma de Pathfinder, onde você, mesmo jogando com um Paladino, pode emboscar um inimigo e saquear o corpo dele, ao invés de ter que desafiá-lo para um duelo e fazer uma longa viagem para devolver as espadas à sua família.

Você passou por isso tudo e não aprendeu nada?
Outro grande erro é, na tentativa de elaborar a história do personagem, colocar uma história muito rica e extensa na qual o personagem passou por diversas situações críticas. E, se a maioria dos samurai não passa por uma dessas situações em toda a sua vida, porque seu personagem teria passado por tudo isso tendo acabado de passar pelo gempukku? Deixe o seu personagem se tornar um herói (ou vilão) em jogo, durante a campanha, vai ser muito mais recompensador e importante.
Isso não quer dizer que não possa haver algum evento importante na vida do seu personagem, mas minha opinião é de que os acontecimentos deveriam se manter pequenos. O fato de ter sido espancado por seu mestre por não demonstrar respeito pode, na minha opinião, tornar o personagem muito mais interessante (e plausível) do que ter, por exemplo, enfrentado um culto de Bloodspeakers (e sobrevivido). E, caso seja realmente necessário um grande evento para definir seu personagem, tente primeiro diminuir o tamanho do evento. Talvez ter salvo a vida do filho mais novo do daimyo tenha o mesmo efeito geral na história do personagem que sua idéia original de salvar a vida do Imperador. Caso isso ainda seja impossível verifique com o mestre, talvez ele permita sua idéia, mas tente manter o resto mais simples, pra evitar "forçar" demais a história do personagem.
Uma boa dica se você realmente quer ter relação com acontecimentos grandiosos e importantes é abusar um pouco de seus ancestrais. Talvez fique forçado um personagem de Rank 1, recém-saído do gempukku, salvar a vida do Imperador. Mas talvez seu avô possa ter morrido salvando o Filho dos Céus, e isso, num cenário tão tradicional e focado na adoração aos ancestrais como Rokugan, vai afetar seu personagem.
Mas, basicamente, deixe para que as grandes aventuras e atos de heroísmo ocorram durante o jogo, mantenha seu histórico simples. Eu diria que 99% dos samurai de Rokugan passam a infância em casa, são enviados para o dojo, são designados para um posto, cumprem suas funções, se aposentam e/ou morrem sem passar por grandes calamidades. Obviamente, personagens jogadores são a exceção a isso, mas deixe os tempos interessantes por conta do mestre, a função do seu prelúdio é explicar a origem e formação do protagonista da história e não ser a história propriamente dita.

Quem se importa com a opinião do Mestre?
Muitas vezes ninguém. Mas, se quer construir um bom personagem e desenvolvê-lo bem na crônica em que vai entrar, você deveria ouvi-lo. Se o Mestre diz que algo no seu personagem não está encaixando, tente trabalhar com ele pra fazer o personagem se adequar. É muito mais recompensador jogar com um personagem que não é exatamente o que você queria, mas em uma trama que flui bem, do que ser o teimoso que atrapalha o modo como a trama flui.
Ter uma característica ou combinação delas que o mestre demonstrou que não vai apreciar pode levar a caminhos tortuosos, com você tentando ao máximo forçar sua característica no jogo e o mestre tentando ignorá-la, ou pior ainda, abusar dela para que você se arrependa do dia em que pensou que este seria um conceito legal. E esta é uma guerra em que todos perdem. Afinal, RPG é uma forma de diversão coletiva, e para que isso funcione a diversão de uma pessoa não pode atrapalhar a diversão da outra.
Na maioria das vezes (caso trate-se de um bom Mestre), o que ele está pedindo para que você mude é para melhor. Talvez seja algo que não se encaixe na trama que ele pretende narrar, e dessa forma seria deixado de lado, ou até mesmo prejudicaria a história. Ou talvez seja algo que vai tornar seu personagem muito mais poderoso que o resto do grupo, atrapalhando a diversão do resto da mesa. Ou talvez simplesmente acrescente à trama pontos ou temas com os quais ele não quer lidar, o que é muito comum no caso de Ronin, Monges ou, “Shinsei me livre”, personagens do Clã da Aranha.

Com certeza existem muito mais pontos a ser tratados quanto a esse assunto, mas estes são os que me vieram à mente. Talvez vocês possam me fazer pensar em mais alguns desses e assim enriquecer um pouco mais este assunto de extrema importância para jogadores de RPG.
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Mensagem  Matsu Eloá Dom Ago 19, 2012 8:54 pm

Muito bom o artigo! Já vi muitos jogadores se frustando e brigando com o mestre por causa de situações assim, como querer ser excentrico demais e achar que vai passar despercebido e todo mundo vai trata-lo da mesma maneira que tratariam um tradicional e honrado samurai. Rokugan é cheia de preconceitos e muitas vezes os jogadores se frustam por isso, então se você quer algo muito bizarro é claro que sofrerá preconceito, o unicórnio sofre um pouco até hoje.Parabéns pelo artigo.
Matsu Eloá
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Mensagem  beto.barbaro Seg Ago 27, 2012 1:25 pm

Muito legal o artigo Bayushi... só tive tempo de le-lo mesmo hoje. Ohhhhh displicencia!! ^^

Acho que todos nós, mestres ou jogdores, já passamos por situações onde outros jogadores da mesa acabam por "emperrar" todo um bom funcionamento de uma campanha devido a excentricidade do personagem, ou uma cabeça dura. Concordo em genero numero e grau que todo jogador deveria ter uma conversa com o mestre não somente sobre o cenário, mas sobre a criação do personagem. Os dois chegarem a um denominador comum é sempre mais divertido... tudo flui mais facilmente.

Por vezes os personagens mais excentricos tornam-se os mais normais! Como disse, o diferencial está em como o jogador vai representar aquele avatar que criou. O que adianta ser o mais heroico, ter uma caracteristica que somente você tem no mundo todo se não consegue representa-la direito e se passar pelo mais mediocre dos personagens. Para mim a mágica está em pegar o ordinário e dar aquele toque especial... tornando-o assim único.

Parabens pelo texto.
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